PIROTECNIA

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"A arte de fabricar energia... Armazená-la... E liberá-la em forma de Luzes, Cores e Sons..."

segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

7 de setembro. Patriotismo ou mera obrigação?

07 de Setembro de 1974 - Sábado

A cama tava muito boa. Minha Mãe sempre zelosa, acorda-me 6:30 hs. Segundo ela, devo acordar pra ir para a Marcha. "é muito bonito de se ver..." E segundo as professoras, essa tal marcha de 07 de setembro era para comemorara a Independência do Brasil de portugal. "é um ato de patriotismo..." Dizia a Tia Professora.
Para  mim um menino de 10 anos, "um saco ter que marchar..."
Pensa bem, o que um menino de interior, bicho do mato, ficava serrado a dentro onde hoje fica o bairro São José. (aprendi a nadar ali debaixo do asfalto do parque de exposições. (obrigado Tõe de Melo - premiado Maratonista da nossa cidade) Para ser exato logo abaixo do lavador do Deca. Era uma mina de água... e ainda o é, mesmo que percurssando por entre capins, lixo, corpos estranhos que ali não existiam, e outro curso forjado por ela mesma... Triste isso viu. Triste mesmo.
E a terra preta tentou apagar as minhas memôrias, escurecer as saudades minhas e minar as águas refrescantes do curso de minha vida. Em partes conseguiu, pois a terra, as pedras, a enorme cagaitera, os muitos tatus, e a infinita diversidade dos periquitos, se foi nos ventos do tempo... Sobrou a memôria e alguns resquíos físicos desta memôria.
Ui, que devaneio.
Voltando ao menino do inteiror.
Explica ai pra ele. Sair da cama cedo. No sábado ou domingo ou mesmo feriado, sem aula para ir "adorar uma "patria" que eu ainda nem sabia que existia. Tava eu ali, começando a caçar minha "Mobidicky", inventando o meu próprio "Dom Quixote" e ter que caminhar uns 4 km pras pessoas nos verem passar e depois julgar a mais bonita. Pera ai, era patriotismo ou missa de domingo?
Bem, sei não. Mesmo assim tomei café, ganhei um beijão e fui, pela Álvaro de Menezes afora.
Na rua de cima da minha casa, encontro o "Chabal". Que tava puto, e com os olhos inxados. De Kichuti, meia até a canela, cabelo lambido, "chicrete na boca e um cheiro de perfume da Avon. Tava, segundo ele. "lindão". que nem eu mesmo. O que estava diferente era que eu estava usando uma Conga azul e branca. (ninguém merece). E o robson  da Dona Marlene, cheirosão na porta da casa dele esperando.
Nessas alturas tinha muito menino indo pro colégio da Dona Maria "enfileirar as colunas do "Desfile". Como sempre a atrenção ia para os que "$$$$". Os demais davam só uma repassada de olhar.
Agrupados e enfileirados saiam todos rua abaixo rumo à praça da Matriz. Nesse espaço de tempo, acontecia o mesmo com o Colégio Dr. Álvaro Brandão. O que mais me chamava atenção nisso tudo era o som paracendo toque de trovão da Fanfarra do Fernandinho. Era algo som lindo, harmonioso, soava aos meus ouvidos como orquestra sinfônica, pois uma de verdade só ouviria aos meus 14 anos quando ví a Orquestra Simfônica de Minas Gerais no palãcio das artes executando a 9ª Sinfonia de Beethoven. Ui... (obrigado Beethoven).
Todos nas filas falavam da fanfarra. Era um mito. Saudade dela! Eu queria tanto tocar tarol...
Primeiro chegava a fanfarra da Dona Maria. Todo mundo arrumadinho. "Enfiladinho..." Parecendo o vídeo da música do Pink Floyd - Another Brick in the Wall.
As Balizas (o sonho de todo garotinho) na frente.  As faixas informando o nome da Escola ou faixas "elogiando" algum político presente. Hoje entendo que era pura puxação de saco.
Logo em seguida começava com os pequeninos, os maiorzinhos e assim por diante. Assim que passava a "Dona Maria", entrava o Álvaro Brandão. Nisso, a fanfarra do Fernandinho, mandava ver. Dava pra escutaro apito dele.
Depois de muito passar de pessoas. A gente até ganhava um "cicretinho ploc-verde". Lembra dele.
Quando tinha carro alegórico, parecia que brotava gente até de pedra, de tanta gente pra ver. Dúvida. Era legal ou não tinha nada pra fazer antes do almoço de feriado.
Certa data, por influência da Lindalva (Maravilhosa Educadora) vesti-me de índio. O mais dificil foi encotrar uma tanga da cor da pele. Tudo pelo  patriotísmo.
subiamos a rua do antigo correio, passava frente a casa da Dona Lindalva do Dr. João. Praça de Esportes. Casa da Mãe da Sinarinha. Supermercado. Ao lado da casa do Palmério Certeiro.Virava antes da linha de ferro. e Ficava ali cozinhando até um monte de gente falando. E na verdade para mim não significava nada. Só demora...
E ainda hoje a historía se repete...
Depois de muito falar de elogiar gente de eu via nos santinhos, ou politicos, ou delegados, ou prefeitos e vices, e vereadores e gente dali e gente daqui. A gente descia e era morro abaixo. Quando chegava ali perto da clínica, era um Deus nos acuda... Filas separavam-se, faixae enrolavam ou caiam. Disparava e era chingo pra todo lado.
E ainda não sei, depois de 30 anos se 07 de setembro é uma obrigação ou um ato de patriotísmo.
Acredite. Tenho saudades disso tudo.

 





Um comentário:

  1. mto legal o blog..
    to seguino.. se possivel segue ae tbm
    http://osomdosilncio.blogspot.com/

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